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CÂNCER DE PRÓSTATA

               Atualmente o câncer de próstata (CaP) é tipo de câncer mais comum do sexo masculino, representando a quarta causa de morte por câncer no Brasil sendo a segunda causa de morte por câncer no homem.

                A frequência do câncer da próstata aumentou de forma explosiva nos últimos anos, consternando a ciência médica e os homens em geral. Notícias e reportagens inundaram os meios de comunicação, com duas consequências imediatas: os homens estão mais conscientes dos problemas da próstata, o que é bom, mas informações desencontradas têm gerado aflições indevidas, o que é ruim. A seguir uma breve explicação com esclarecimentos sobre os principais pontos sobre esta doença.

Fatores de Risco

> Idade  

É o fator mais importante, sendo incomum antes dos 45 anos de idade e mais comum após os 60-65 anos. Apresenta um risco progressivamente maior após os 50 anos de idade.

 

 

> Raça

 O câncer de próstata é mais comum entre negros nos Estados Unidos da América, o que pode não ocorrer em negros de outros países, pois podem ser descendentes de tribos africanas de diferentes etnias. No Oriente, de forma geral, é menos frequente

 

 

> História Familiar

Se um parente de primeiro grau (pai ou irmão) já desenvolveu a doença, o risco é maior, aumentando entre 3 e 10 vezes as chances de desenvolver a doença.

 

 

> Alimentação 

Alguns estudos sugerem que o câncer de próstata está relacionado à dieta rica em carne e gordura animal, enquanto que dieta rica em frutas e vegetais poderia ter um certo fator protetor.

 

 

Rastreamento 

      Como o câncer de próstata localizado ou em estágio inicial normalmente não causa sintomas, deve-se tentar descobrir a doença antes dos sintomas aparecerem e para isso preconiza-se a realização do exame da próstata pelo toque retal e a coleta de um exame de sangue, o PSA (Prostate-Specific Antigen ou seja, antígeno prostático específico). Deve ser realizado anualmente em homens acima de 50 anos ou acima de 40 anos naqueles com fatores de risco aumentado.

Diagnóstico

      O diagnóstico é feito através do EXAME DIGITAL DA PRÓSTATA (TOQUE RETAL) feito pelo urologista, onde o médico é capaz de identificar a presença de nódulo ou alterações na consistência da próstata que sugerem câncer.

 

 

 

           O PSA (Antígeno Prostático Específico) é mensurado através de uma coleta de sangue e é utilizado como marcador para câncer de próstata principalmente quando o valor total está maior que 2,5 ng/ml. No entanto, pode aumentar em qualquer doença da próstata, como no crescimento benigno e na prostatite (infecção e inflamação da próstata). Existem outras frações do PSA (livre e ligadas à outras moléculas) e outros parâmetros que podem ajudar o médico a suspeitar de um eventual câncer de próstata, como a velocidade do PSA (quanto que aumenta de ano para ano), densidade do PSA (a relação do exame com o tamanho da próstata) e o PSA esperado para a idade. 

        O câncer de próstata localizado não costuma aparecer na maior parte dos exames de imagem como ultra-som, tomografia, ressonância magnética e PET-SCAN. Portanto, o diagnóstico é feito através de biópsia (retirada de pequenos fragmentos por agulha fina introduzida pelo reto) guiada por ultra-som e feita com sedação. Os fragmentos removidos são analisados por um médico patologista que evidencia a existência ou não do problema. Este exame tornou-se padronizado e realizado rotineiramente nas melhores instituições com baixo risco de complicações sérias e com rápido retorno do indivíduo às suas atividades normais. Um exame de biópsia realizado não exclui totalmente a presença da doença e outras biópsias podem ser necessárias dependendo da análise de vários fatores de risco.

Tratamento

O tratamento depende do estágio (estadiamento) em que a doença se encontra:

 

 

  Câncer Localizado apenas na Próstata : É o estágio que pode oferecer as maiores chances de cura, o tratamento pode ser                                                                             feito com cirurgia radical ou radioterapia.

 

  Câncer Invadindo órgãos Vizinhos : Quando o tumor ultrapassa os limites da glândula e acomete a bexiga, as vesículas                                                                          seminais ou o reto. Nestes casos o tratamento deve ser individualizado e deve-se                                                                             combinar pelo menos dois métodos (cirurgia, radioterapia ou hormonioterapia).

 

Doença em órgãos distantes (Metástases) : Quando se identifica locais de disseminação do tumor para outros órgãos,                                                                                        como os ossos, fígado, pulmões ou outros. Trata-se de fase avançada da                                                                                            doença e as opções são para regredir o tamanho do tumor e deixá-lo latente                                                                                    (hormonioterapia ou quimioterapia).

Cirurgia

                A cirurgia é chamada de PROSTATECTOMIA RADICAL que consiste na remoção completa da próstata, vesículas seminais e eventualmente dos gânglios linfáticos que possam estar comprometidos. Depois da remoção da glândula, a bexiga é conectada à uretra através de pontos e deixa-se uma sonda que sai pelo orifício do pênis; esta sonda drena a urina, protege os pontos realizados e permanece após a cirurgia por um tempo variável que varia de 5 a 14 dias. Na cirurgia pode-se ou não preservar os nervos responsáveis pela ereção que passam muito perto da próstata e isto depende principalmente das condições locais principalmente se existe suspeita de invasão dos nervos pelo tumor.

 

                  A cirurgia pode ser feita por 3 acessos distintos: a via aberta convencional, a via laparoscópica ou a via perineal.  Não há consenso qual a melhor via de acesso para a realização da prostatectomia radical e alguns cirurgiões tem mais experiência e/ou preferência por uma ou outra técnica e as vantagens e desvantagens de cada um deve ser discutida com o urologista

       A via aberta (cirurgia convencional) consiste em uma incisão abdominal realizada abaixo da cicatriz umbilical até próxima do osso acima da base do pênis, pode também ser realizada por via perineal (incisão entre o escroto e o ânus), por esta via há a limitação da possibilidade de remoção dos gânglios. 

      A via laparoscópica consiste em um acesso abdominal através de 4 ou 5 incisões de 5mm a 10m, com insuflação de gás e visão do campo cirúrgico por um monitor conectada a uma micro câmera inserida no abdome por um desses furos. Permite recuperação mais rápida e menos complicações.

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  A cirurgia laparoscópica pode ser auxiliada por ROBÔ (cirurgia robótica) sendo um grande avanço da via laparoscópica, onde o cirurgião comanda os braços do robô através de um console a distância, permitindo maior precisão nos movimentos, melhor qualidade de imagem, melhor ergonomia para o cirurgião e consequentemente menos complicações e  melhores resultados cirúrgicos.

Radioterapia 

      Consiste na aplicação de energia radioativa direcionada para a próstata. Pode ser feita por radiação externa (conformacional 3-D e com intensidade modulada - IMRT Intensity Modulated Radiation Therapy) ou por implante de sementes radioativas (braquiterapia) na próstata, que é feita sob anestesia.

Hormonioterapia

         Quando se identifica locais de disseminação do tumor para outros órgãos, como os ossos por exemplo, o tratamento pode ser o bloqueio do hormônio masculino (testosterona). As células malignas na próstata crescem estimuladas pela testosterona e o bloqueio desse hormônio pode fazer com que o tumor em qualquer local do corpo regrida e fique latente. Existem várias formas de realizar o bloqueio do hormônio que deve ser discutido e individualizado com o médico bem como discutir seus efeitos colaterais. Quando a doença já não responde à hormonioterapia, a quimioterapia atual é eficaz no tratamento de sintomas da doença e no aumento do tempo de vida dos pacientes com câncer de próstata.

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